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O G7, grupo de países formado pelas maiores economias do mundo, reunido em Paris, decidiu liberar uma ajuda de US$ 20 milhões ao Brasil para ajudar a apagar os incêndios na Amazônia. Isso acontece, é bom lembrar, depois que a Alemanha e a Noruega decidiram cortar a ajuda que tradicionalmente forneciam ao Ministério do Meio Ambiente para programas de preservação da Amazônia. A ajuda deverá ser direcionada para o envio de aviões especializados no combate a incêndios florestais.
Diante da ajuda, Bolsonaro reagiu indignado: "Será que alguém ajuda alguém sem esperar retorno? Quem é que está de olho na Amazônia? O que eles querem lá?". É o que poderia se esperar de alguém que não está preparado para ocupar um cargo com a relevância que tem a presidência da República! Ao invés de tomar a iniciativa de apagar rapidamente as chamas (como fez a própria Bolívia, diga-se de passagem), Bolsonaro preferiu colocar mais combustível na fogueira através de um lamentável bate-boca com o presidente francês Emmanuel Macron.
Bolsonaro baixou tanto o nível - como é do seu feitio - que chegou ao ponto de apoiar uma montagem na internet que comparava sua mulher, mais jovem, com a esposa de Macron, mais velha do que ele: "Não humilha cara ... Kkkk". Típico comentário feito por alguém que não tem senso do ridículo. Por essas e outras, a popularidade de Bolsonaro vem despencando. Pesquisa MDA/CNT, divulgada esta semana, mostra que 39,5% dos brasileiros considera o governo ruim ou péssimo, contra 19% em fevereiro. Uma queda de 20 pontos percentuais em apenas seis meses. Entre os que apoiam o governo, a taxa caiu de 57,5% para 41% no período. Parece que começa a "cair a ficha" de muitos que foram enganados pelo discurso demagógico do líder da extrema direita!
Espera-se de um presidente, após eleito, um discurso de união nacional. Afinal, terá que governar para todos. Mas, não Bolsonaro. Ele não tem vocação para bombeiro. Desde que tomou posse, não tem feito outra coisa senão espalhar incêndios por todo lado. O mesmo acontece com seus ministros. Ninguém do governo está preocupado em resolver os problemas do país, mas apenas em atacar adversários reais ou imaginários. Para eles, tudo é política no pior sentido da palavra. Sem nenhum compromisso com a verdade. Os exemplos são abundantes.
Quando a imprensa começou a noticiar as queimadas na Amazônia, Bolsonaro culpou as ONGs. Disse que essas entidades estavam estimulando os incêndios porque perderam o dinheiro do fundo amazônico, cortado pela Alemanha e Noruega. E acusou: "essas ONGs agora estão tentando me derrubar". Depois acusou os países concorrentes do agronegócio no mesmo sentido. Fez pouco caso dos principais países importadores de nossas commodities, o que levou o maior produtor de soja do Brasil (Blairo Maggi) a pedir para ele "calar a boca". Não com estes termos, é claro, porque o ex-ministro da Agricultura é educado.
Até o próprio acordo entre a União Europeia e o Mercosul corre perigo. Países como a França e a Irlanda ameaçam deixar o acordo e os outros países dependem ainda da aprovação dos seus parlamentos. Diante da comoção com o incêndio da Amazônia, que deputado irá contrariar a opinião de seus eleitores? Bolsonaro, ao estimular o desmatamento e o fim das reservas indígenas, indiretamente, estimulou as queimadas ilegais. E colocou o mundo em alerta!